Lançado em 19
de maio de 2006, sob a direção de Ron Howard, de gênero suspense, o filme “O
Código Da Vinci” teve grande repercussão em muitos países, inclusive no Brasil,
excepcionalmente por abordar questões de conteúdo religioso. Também por
levantar questionamentos em torno de algumas questões apresentadas pela Bíblia
Sagrada e já consagradas há quase dois mil anos, em todo o mundo, acerca da
vida e obra de Jesus Cristo. Sabemos não ser possível esgotar o tema aqui, e
também não é a nossa pretensão, em razão desta assertiva, decidimos tratar de
pontos que consideramos mais relevantes.
O primeiro e maior questionamento que
podemos observar aparece logo no início do filme, quando num diálogo
tendencioso entre os principais protagonistas, a inspiração e veracidade
da Bíblia Sagrada são questionadas por meio de um discurso irônico de que “a Bíblia não foi mandada do Céu via fax
(risos); ela, como sabemos, acabou controlada por um homem, o imperador romano
Constantino” – que, inclusive, nesse mesmo discurso, tem sua conversão ao
cristianismo contestada – e de que, “três
séculos antes, um jovem judeu, chamado Jesus, surgiu pregando o amor em um
único Deus, ...séculos depois de sua crucificação, os seus seguidores haviam...
dado início a uma guerra religiosa contra os pagãos”. Fatos esses
absolutamente inverídicos, todos, pois é sabido, e historicamente comprovado e
consolidado entre os principais expositores da história mundial e dos judeus,
inclusive confirmado pelo historiador judeu Flávio Josefo, que viveu não
muitos anos depois da morte de Jesus, que o Cristianismo foi – e ainda é
–, principalmente nos primeiros séculos após o seu surgimento, o segmento
religioso mais perseguido, ignorado e ridicularizado (talvez sem as mesmas
proporções hoje, aqui no Brasil), de que se tem conhecimento, em toda a
história da humanidade (até mais que os judeus), diferentemente do exposto
através das cenas de “O Código Da Vinci”. Entenda-se neste parágrafo uma
referência ao Cristianismo Bíblico, não o estabelecido, ao longo dos tempos,
pela Igreja Medieval (Católica Apostólica Romana). Este sim foi perseguidor. O
de Cristo, ao contrário, sempre foi perseguido.
Ainda
referente ao contexto acima, tem-se agora um discurso, também tendencioso, de
uma das personagens quando indaga “quem é Deus e quem é homem?”, e, em resposta
a si mesma, declara sutilmente: “quantas pessoas morreram por causa dessa
pergunta?”; e outra complementa: “desde que existe um único Deus, os homens vêm
matando em Seu nome”; em outras palavras, o Cristianismo bíblico (que
por sinal é um segmento religioso monoteísta) é o responsável por todas
as atrocidades cometidas pelos homens, em nome de Deus. Mas só se for por
homens nada conhecedores de Deus, mas que assim se intitularam, e muitos ainda
o fazem, é verdade; caso contrário, é falácia, mentira, ignorância! Puro
desconhecimento do Deus da Bíblia e da Bíblia desse Deus. Assim, temos, mais
uma vez, declarações tendenciosas, agora a conduzir o “telespectador” a
declinar da verdade bíblica, histórica e teológica sobre a Divindade de Jesus
Cristo. Ora, e por que tudo isso? Porque se Jesus não era humano e divino,
ao mesmo tempo, e, por conseguinte apenas humano, o Cristianismo está fundado
em meras especulações irracionais criadas pela psique daqueles que, inclusive,
experimentaram de seus milagres, estes comprovados por testemunhas oculares e,
muitos deles narrados, inclusive, por um médico romano chamado Lucas. Mas o Cristianismo não está mesmo fundado em
tais alegações!
Ora, ante
tais proposições, diga-se de passagem, infundadas (refiro-me exclusivamente
àquelas falsas proposições relacionadas às declarações bíblicas acerca do
assunto), é possível ver-se recepcionado na consciência do “telespectador” –
aquele desprovido do verdadeiro conhecimento bíblico, e despercebido da
sutileza da mensagem subliminar transmitida, claro –, tais ensinos equivocados
sobre Jesus, inclusive equivocados quanto à natureza divina e humana do Mestre
da Galileia, em Ele ter sido homem e ao mesmo tempo Deus. É o que se colhe
de testemunhos de outras pessoas que assistiram ao filme. Neste caso, seus
milagres podem ser colocados em dúvida, ou mesmo vistos como oriundos
simplesmente de um indivíduo “iluminado”, como implicitamente propõe-se o
“CÓDIGO DA VINCI” a transmitir. Importa citar que o debate em torno da
Deidade de Cristo é assunto diretamente ligado à esfera teológica e não
propriamente científica (de essência laboratorial, estrictu senso), logo, não se pode discutir sobre isto fora de tal
esfera de estudo [toda classificação
pressupõe a escolha de um critério!]; e, diga-se de passagem, já é fato
teologicamente comprovado e consolidado, dentro e fora da Bíblia Sagrada!
O segundo, porém não tão grande
questionamento a ser destacado nesta missiva, acha-se no momento em que o filme
se pretende explicar os fundamentos da Ceia, baseados no relato de Leonardo Da
Vinci, em seu quadro “a Última Ceia”. Ridículo, há que dizer! O diálogo
prossegue estabelecendo que “tanto a Bíblia quanto a lenda do “Graal” celebram
este momento como a chegada definitiva do “Santo Graal” (sangue real)”.
Quimera!
Aí passamos
ao absurdo e puro desconhecimento da verdade sobre a vida e obra de Jesus, o
Cristo, transmitido pelo filme. Com inferências pejorativas, ensina-se que
Jesus manteve relações sexuais com uma prostituta, Maria Madalena, que somente
fora prostituta ao tempo em que ainda não havia conhecido o Messias, pois quando
este fato ocorrera, ela de logo fora liberta de todo pecado e tal procedimento,
pelo próprio Senhor e Cristo. Outra quimera! Ainda que hipoteticamente viesse a
ser isso uma verdade, jamais os judeus convertidos ao Cristianismo permitiriam
levar ao registro sagrado ou à frente um fato desses, pois teria Jesus, então,
mantido relações sexuais promíscuas,
em razão de ser judeu. Ainda, pela cultura judaica à época, Maria Madalena
jamais podia constituir casamento com homem algum, mais ainda Jesus, pois se
vendia à prostituição. Ora, ainda que libertada de tal conduta, mesmo assim
isso lhe era consuetudinariamente proibido (segundo concepções judaicas sim!). Jesus
nunca foi casado, e nunca o poderia ser. Primeiro porque o propósito principal
da vida, e da vinda dele a este mundo fora única e exclusivamente se entregar
em sacrifício pela humanidade (Bíblia Sagrada, João 3.16; Hebreus 4.15;
7.20-28; 9.11-22; 10.1-18), para remir dos seus pecados aqueles que nele crêem
(crer implica confiar e obedecer ao que se ensina e se ordena; crer, portanto,
significa seguir os mesmos passos), o que implica em acrescentar que somente um
homem sem pecado algum (Jesus Cristo, homem) poderia ser sacrificado em favor
de pecadores caídos da graça de Deus. Assim, se Jesus tivesse mantido
relações sexuais com Maria Madalena, conforme pretende imprimir o “CÓDIGO DA
VINCI”, jamais poderia dar-se em sacrifício por sequer um pecador. Ele não
seria Deus e homem ao mesmo tempo, pois, a natureza divina jamais poderia
comungar, co-habitar à natureza humana em sua essência, em seus atributos. É
ululante que Deus não casa nem se dar em casamento, inclusive com seres humanos!
Aplica-se este mesmo raciocínio à discussão relacionada à possibilidade de um
casamento entre o Messias e qualquer que fosse a mulher, em sua época. Casamento,
inclusive, é uma instituição divina, porém, de usufruto exclusivamente humano,
assim como o sexo é um instinto criado por Deus para propiciar prazer e
proporcionar a procriação da espécie humana; nada ligado ao ministério de
Jesus, sua vida e obra, muito menos ao mundo atemporal. Portanto, verifica-se
que tais premissas levantadas pelo filme não encontram fundamentação
bíblico-sócio-teológica. Sem comentários.
E, uma terceira e última observação importante
a se apresentar, por conseguinte indispensável, é que temos a mais absurda e
gritante mitologia cinematográfica criada por um cineasta (de “O CÓDIGO DA
VINCI”): Maria Madalena deu à luz uma filha, que seria fruto do seu intercurso
sexual com Jesus, o Filho de Deus, e consecutivamente herdeira do Messias e do
próprio Deus criador (seu avô – risos). História que, segundo apresenta o
filme, fora contada pela própria Maria Madalena que, até mesmo, escrevera um
evangelho. Discorre as personagens que “cabe a ela (Maria) continuar a sua
igreja (de Cristo) na terra”, que na verdade Deus incumbiu à Madalena a
“administração” de tudo o que Jesus deixou em matéria de ensino, além de
qualquer outra herança. Sabemos não ter tal afirmação qualquer
fundamento, pois, além de o referido escrito não ter autoridade canônica,
não tem confirmação científico-teológica.
Ante o
exposto, abordadas as premissas de “O CÓDIGO DA VINCI” e apresentadas suas
respectivas contradições, resta-nos oferecer nossa disponibilidade em discorrer
sobre o tema com maior aprofundamento oportunamente, e também dizer da
nossa consideração pelo trabalho realizado por Dan Brown e Ron Howard, pois
somente fizeram reafirmar as verdades bíblicas sobre a vida e obra do Filho de
Deus, Jesus, o Cristo, imortal, espiritual e eterno!
Por Sócrates
de Souza.
PENSE NISTO!
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RESENHA CRÍTICA
Dan Brown
Ron Howard
“O CÓDIGO DA VINCI”
“Columbia Pictures and Imagine Entertainment”
“O Código Da Vinci”, autor Dan Brown. Abordagens e questionamentos acerca de uma sociedade secreta dissidente da Igreja Católica Apostólica Romana, conhecida como “Opus Dei”. Supostas interpretações de alguns símbolos de conteúdo religioso. Questionamentos de certas afirmações contidas na Bíblia Sagrada, assim como de algumas outras de cunho dogmático-religioso, extra e antibíblicas, ambas sobre a vida e obra de Jesus Cristo, sua deidade, seus milagres, etc.