sábado, 23 de março de 2013

Anulação ou Negação (de si mesmo)?


E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Lucas 9.23 [grifo nosso]
Todo leitor que se preza não dispensa a análise crítica e correta de um texto, seja ele bíblico ou não. Ainda que tenha anos de vivência na arte de interpretar, sempre se servirá das regras básicas de interpretação; regras estas existentes nas mais variadas disciplinas do conhecimento, e muitas delas se aplicam por intercessão. É o caso da semântica, por exemplo.
A semântica sempre se aplica por intercessão, uma vez que ela se constitui no elemento básico inicial para se entender um escrito. Numa pesquisa básica de dicionário, qualquer deles, se extrairá que a semântica é o “Estudo das palavras e dos seus elementos constitutivos, relativamente à sua significação”. Também, que é o “Estudo das mudanças que, no espaço e no tempo, se operam na significação das palavras”. Em síntese, ela identifica o sentido, o significado de um léxico em sua contextualização.
Pois bem, sendo assim, todas as vezes que alguém se propor a ler um artigo, ou um texto das Sagradas Escrituras, ou mesmo uma pequena frase qualquer, não pode se furtar, ou cometer o descuido, ou o erro, ou a desatenção, da utilização das regras básicas de interpretação, conforme cada disciplina, e ainda de atentar para as situações em que tais regras se intercessoram, como esta que apresentamos. No ensino das Letras, das Ciências Jurídicas e Sociais, da Teologia, etc., todas têm regras para conduzir o estudante/leitor para o correto entendimento de textos, sejam eles pertencentes ao campo delas ou não. Recordemo-nos das aulas de língua portuguesa, na quinta série do antigo primeiro grau (hoje, sexto ano do ensino fundamental, se não nos falhe a memória), em que a professora aplicava os ensinos da “Correção & Interpretação de Texto”, e nos mandava ler na sala de aula trechos, ou mesmo uma página inteira, das histórias contidas nos ‘livros de português’; e ao final no pedia o entendimento do que era lido. Exercitava-nos em ‘Ditados’, para que aprendêssemos verbalizar corretamente as palavras. As redações! Até hoje se estuda técnicas de redação, pois ela tem servido até mesmo como exigência para uma simples entrevista de emprego.
Por sua vez, no texto em epígrafe, o ensino e o desafio apresentados por Jesus diz respeito à NEGAÇÃO DE SI MESMO, e não à ANULAÇÃO! Numa correta exegese (e semântica), logo se depreende das Escrituras Sagradas que NEGAR-SE A SI MESMO É optar conscientemente pela RECUSA da própria vontade quando esta se encontrar em confronto com os Sagrados Ensinos. Pelo DIZER NÃO àquilo que contraria a vontade de Deus expressa na sua Palavra. Pelo NÃO SE PRESTAR à obediência àquilo que sempre se contrastar com a ética de Deus. Ou seja, optar pela RENÚNCIA!
Diferentemente disso, ANULAÇÃO, como um aspecto da religiosidade humana, estabelecido e imposto como um meio para se alcançar algum tipo de pureza espiritual, ou mesmo certo grau de submissão ao que acreditam ser uma divindade, significa TORNAR NULO, INVALIDAR, DESFAZER ou DESTRUIR. Tornar-se, portanto, inexistente, sem efeito, sem forma, sem finalidade. É isto que ensinam e exercitam as religiões que não observam o ensino de Jesus, elas exigem dos seus súditos a autoflagelação, o enclausuramento monástico, o sacrifício físico de si mesmo em holocausto, tudo características da ANULAÇÃO (de si mesmo) e meio de elevação espiritual e obediência ‘divinal’ entre eles.
Assim, resta evidente que em nenhum vocábulo do texto em apreço tem transparecido que Jesus disse para os que desejassem segui-lo que deveriam SE ANULAR, ou SE INVALIDAR, ou SE DESFAZEREM-SE DE SI MESMOS, ou ainda DESTRUÍREM-SE A SI. A semântica dessa doutrina cristã é de RENÚNCIA e não de anulação! E renúncia de tudo aquilo que não se afina com a vontade moral de Deus. O que passar disto é: ou erro doutrinário, ou erro interpretativo, ou mera especulação. 
Por Sócrates de Souza.

Você Sabe Qual a Origem e o Significado da Palavra "HOMOFOBIA"?


A primeira vez que esse vocábulo surgiu na história foi há pouco mais de quarenta anos, apenas. O termo foi apresentado como diagnóstico de TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS.
O léxico fora criado pelo psicólogo clínico George Weinberg (1972 aprox.), que agrupou dois radicais gregos: "semelhante" e "medo", para definir sentimentos negativos, de ódio mortal, de aversão irreprimível, de medo irracional, posicionamento hostil, desejo assassino em relação às PESSOAS declaradamente homossexuais.
O insigne Dr. Weinberg jamais afirmou ter TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS aqueles que tenham opiniões diferentes concernentes às PRÁTICAS HOMOSSEXUAIS, e as expressam. E ele estava científica e juridicamente correto, pois o simples ato expressivo de crença ou convicção a respeito do léxico em análise, ou mesmo a manifestação do pensamento contrário à PRÁTICA homossexual, não podem ser pejorados de conduta criminosa, preconceituosa ou discriminatória. Haja vista, inclusive, não existir tipificação legal a respeito, isto é, não existe o crime de homofobia. Ao contrário, existe crime para quem rotular alguém de “homofóbico”, que se constitui injúria e/ou difamação, a depender das circunstâncias.
E não deverá nunca existir crime contra a Liberdade de Expressão nem a Liberdade de manifestar o pensamento. Os limites a estas garantias já se encontram estampados na Constituição da República.
Portanto, PENSAR DIFERENTE É ATO NATURAL DA LIVRE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO E DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA, e por isto DEVE SER RESPEITADO! Simplesmente. O que for contra esta verdade democrática e os respectivos direitos que a acompanha se constitui ATO DE INTOLERÂNCIA, e, por conseguinte, DEVE SER REPROVADO! 
Sócrates de Souza.

Os Frutos do Arrependimento e os Filhos de Abraão.


Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. (Lucas 3.8)
Há muito, em especial nos dias de Cristo, e também nos dias em que viveu o apóstolo Paulo, a exortação exposta no texto acima transcrito já indicava que havia muitos que se encontravam interessados em seguir o Mestre da Galileia. No entanto, tantos desses ou dispunham do conhecimento errado sobre o Reino de DEUS (por vezes explicado de forma tal que facilitasse a compreensão da mensagem que era revelada), ou detinham [e deles originava] a compreensão equivocada sobre a mensagem do evangelho da graça de Deus em Cristo. Ou, ainda, demonstravam interesses escusos, tendenciosos sobre os planos de Deus, materializados na pessoa de seu Filho Jesus.
Esses tantos, não poucas vezes acreditavam piamente que o Reino de Deus se materializava no comer ou beber (Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Romanos 14.17), ou seja, nos cerimoniais, nos atos de ostentação religiosa, nas tradições estabelecidas pelos mais variados grupos reconhecidos como “doutores da lei”; e até nos mandamentos de homens que se apresentavam como doutrinas de Deus. (E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Lucas 17.20).
Acreditavam mesmo que a consequente transformação causada pela chegada do Reino de Deus se dava de fora para dentro, ou seja, primeiro muda-se o sistema para que seja a posteriori modificado o homem; o que é o contrário, segundo as Escrituras Sagradas. Quanto equívoco, quantos erros doutrinários, quanta ignorância intelectual, quanto orgulho... E tantos quantos outros mais.
Ora, em nosso tempo não é diferente. Um sem-número incomensurável de cristãos confessionais assemelha-se aos ditos tradicionais – os referidos acima –, em cuja mente se encontra (materializada na expressão comportamental) a mais distorcida das compreensões acerca do Reino de Deus e de Seu Evangelho; acerca da vida cristã e de sua praticidade, tal qual assim traduzida: já não se exige nem se vive mais prova de arrependimento, respectivamente para aquele e por aquele que declara ser cristão.
Pois bem, alguém já disse que "a conversão, ou a experiência sentida de transformação [novo nascimento] se revela na vida, não de forma mágica e imediata, mais nas OPÇÕES que o sujeito AGRACIADO vai experimentando e na medida EM QUE SE ABRE AO TRANSCENDENTE". Sendo assim, resta claro que a conversão cristã só pode ser reconhecida como verdadeira se, e somente se, produzir, pois, frutos dignos de arrependimento! Não é o dito “temos por pai Abraão”, isto é, “sou cristão” que, por si só, tornará alguém um(a) discípulo(a) de Cristo. Nem tampouco por meio de ritos, práticas dogmáticas ou cerimoniais religiosos, se pode, essencialmente, confirmar ou comprovar a autenticidade da fé, em Cristo. A conversão cristã exige muito mais que isto, evidente!
Eis o imperativo presente, e patente, do Senhor da Graça: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai;”. Eis o imperativo do Mestre, a quem dizei que seguis (se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Romanos 8.9).
Logo, é na vida que se revela o arrependimento. Aos olhos de Deus, mas também dos humanos, que se revela ter alguém sido objeto da graça salvadora de Deus, em Jesus, o Cristo. Nos frutos produzidos por àquele que se confessa cristão, e o é praticante por consequente. É nas escolhas, nas atitudes, nas palavras ditas que se faz prova do arrependimento. É no dia a dia que se comprova, e se aprova cristão. É na exteriorização da cosmovisão que se faz conhecido o coração do seguidor, do discípulo, do servo amante.
Assim, pois, se sabeis disto e o compreendeis perfeitamente, “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão”.
Por Sócrates de Souza.

segunda-feira, 18 de março de 2013

O Que Você Não Conhece Sobre o Dia 31 de Março de 1964 e Seus Desdobramentos?


Constantemente, na TV, no Rádio, na Escola, na Faculdade ou Universidade, bem como nos mais variados círculos de debates na sociedade, se difunde que o ano de 1964 e seus próximos subsequentes foram marcados por tamanha atrocidade cometida pelo Exército Brasileiro que marcou absoluta e negativamente toda a vida da sociedade brasileira da época e das próximas gerações. O termo utilizado para rotular essa negatividade passou a ser conhecido como DITADURA MILITAR. Alguns o chamam de Ditadura CÍVICO-MILITAR, ou simplesmente de DITADURA. Ou ainda, “Golpe de 64”.
Mas, será que esses termos estão realmente corretos? Será que foi mesmo uma DITADURA MILITAR? Ou CÍVICO-MILITAR? Será que de fato foi uma DITADURA? Será que o que se ensina hoje na mídia televisiva ou nas salas de aula é mesmo TUDO verdade?
Ou será que, ao contrário, tivemos, na verdade nua e crua, uma "contrarrevolução" em Defesa da Soberania Nacional, ou seja, um impedimento de tomada de poder por parte das Esquerdas?
Bem, como diz uma propaganda local: “pra saber tem que ler”. E ler mais do que aquilo que hoje apresentam sobre os fatos... da época, e sobre seus desdobramentos posteriores.
Que tal darmos uma boa e imparcial pesquisada e aprofundarmo-nos na questão?
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sábado, 16 de março de 2013

O Dom do Ensino em Romanos 12.7b e os Instrumentos do Ensino e do Aprendizado.

A transmissão do conhecimento surgiu logo com a existência do homem na terra. Podemos afirmar que a necessidade e a importância de sua transmissão tiveram origem na manutenção das descobertas feitas pelos habitantes mais primevos – o que acontece com os demais –, na perpetuação das origens genealógicas e das culturas locais, e também no aprimoramento gradativo e futuro da vida em sociedade, levando-se em conta, para tanto, a necessidade de uma produção intelectual coordenada.
Surgiram técnicas, dinâmicas e sistemáticas. Com o tempo, estas foram aperfeiçoadas, mantendo-se o princípio de que se fazia necessária uma sistematicidade que garantisse ao conhecimento a sua correta produção e transmitabilidade. Descobrira-se, então, outro elemento de fundamental importância, e que guarda prioridade no processo de ensino/aprendizado, chamado de Dom – para transmitir, produzir, criar, ensinar, etc..
Ora, as técnicas originaram-se, evidentemente, com tais necessidades e serviam como instrumentos quase sempre eficazes na transmissão do saber. As dinâmicas, acompanhadas do mesmo raciocínio, surgem com a preocupação de se tornar mais atrativa a comunicação do conhecimento, de chamar a atenção de forma diferenciada, a depender do público quedado ao aprendizado. E a sistematicidade – característica ou qualidade do que é sistemático –, nasce com a percepção do quanto o modo de transmissão do saber tem eficácia na produção do conhecimento, ou seja, a sistemática surge quando se entende que a produção do conhecimento depende (mais do que da técnica e da dinâmica), da forma como a informação está ordenada, disposta, esboçada, coerente com uma linha de princípios ou pressupostos. Surge, então, quando se descobre que o conhecer, e o fazer-se conhecido, depende da organização intelectual das ideias. E se perpetuou assim até os nossos dias, em todos os centros de formação intelectual, da simples sala de aula infantil ao círculo dos adultos mais intelectualmente preparados, no guardar respeito aos instrumentos do ensino e do aprendizado.
O Dom, por conseguinte, não segue o mesmo raciocínio quanto à origem. Pode-se dizer que este é o grande diferencial na difusão de ideias e na formação/produção do conhecimento. A técnica e a dinâmica não tem relação direta com aquele que transmite algo, uma vez que aquela pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, e esta ser adquirida por meio do aprendizado. Inclusive a sistemática, que pode ser utilizada por qualquer um, desde que tenha sobre ela sido corretamente educado. O Dom sim, este tem essa relação, e isto se confirma na prática.
E com a transmissão do conhecimento bíblico não é diferente. Na Mensagem Expositiva da Escritura Sagrada, em Romanos 12.7b, “dom envolve a análise e a proclamação da Palavra de Deus, explicando o seu significado, contexto e aplicação à vida do ouvinte.”, o que exige não somente a vivência, mas especialmente a capacidade hábil para tal. Na comunicação e produção do conhecimento, o elemento Dom não se aprende, é intransmissível e intransferível; simplesmente nasce. No mais, se desenvolve. Então, verifica-se que não é qualquer pessoa que detém essa talentosidade. Sobre a arte de ensinar, “o mestre talentoso é aquele que tem a capacidade especial de instruir e comunicar conhecimento de forma clara, especificamente às doutrinas da fé”.
Assim, informação só gera conhecimento se for pedagogicamente transmitida. Conhecimento só se transmite se for corretamente compartilhado, e somente se produz se a sistemática, por ser elemento prioritário para a correta docência, for devidamente observada. E toda a eficácia desse conjunto ensino-aprendizado estará a depender primogenitamente do Dom de ensinar, e é cediço que nem todas das às pessoas que detém conhecimento sobre algo, têm a talentosidade de transmitir o algo que sabem. E quando o sabem.
Por Sócrates de Souza.

[Palavras chave: Escritura Sagrada; Dom; técnica; dinâmica; sistemática; significado; contexto; aplicação prática; capacidade; instrução; transmissão; conhecimento; clareza; produção intelectual].