quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O Cristianismo e a Doutrina Socialista Marxista de "Transformação" Social.

As desigualdades sociais não são um fenômeno da contemporaneidade. Desde os dias em que os primeiros humanos começaram a subjugar despoticamente os seus semelhantes, elas foram estabelecidas na sociedade. As riquezas naturais e materiais à disposição de toda a humanidade passaram a ser estratificadas, e uns poucos se tornaram proprietários de muito, e muitos foram feitos possuidores de quase nada.
Nos dias de Jesus de Nazaré, o Cristo, por exemplo, a miséria social existia em tamanha proporção que, afirma a Escritura Sagrada em várias passagens nos evangelhos, Ele, movido de grande compaixão, socorria multidões em suas necessidades. Jesus curou pessoas de enfermidades físicas, doenças emocionais, prisões espirituais; saciou a fome de milhares de pessoas, e realizou centenas de outros milagres que, por razões óbvias, não puderam ser registrados ali, a seu respeito. Jesus se compadecia dos necessitados.
Ora, se nós observarmos, a partir dos fatos narrados nos Evangelhos, o posicionamento daquele que “veio para servir, e não para ser servido” diante da miserabilidade social de sua época, sem, contudo, atentarmos para a razão essencial dessas suas “obras sociais”, é possível supor, sem rodeios, que Ele, o “Pastor das ovelhas”, era, enquanto entre nós, um socialista* nato. Afinal, nos diz a Escritura neotestamentária que Ele, o Salvador, fazia o bem, inclusive até no sábado (uma contrariedade à Lei sabática, para as autoridades da sua época).
Pensando assim, muitos se enveredam por uma visão equivocada (ou propositadamente distorcida por interesses pessoais) do Cristianismo, quanto ao atendimento das necessidades humanas. Inclusive, e com certa expressividade há algumas décadas, várias lideranças cristãs e muitos dos que se declaram cristãos têm seguido por essa vereda. Comungando com bandeiras ideológicas fundadas na cosmovisão marxista (socialismo científico, socialismo real, comunismo), e outras mais que conservam semelhanças, eles têm (re)interpretado a expressão “amar o próximo com a si mesmo” como sendo o princípio fundamental divino da missão principal da Igreja Cristã na Terra! O “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura...” “...para arrependimento e remissão de pecados” passou a ser uma missão secundária, eventual e menos necessária. Procuram dar uma roupagem de cristandade a um modo pseudo-cristão de transformação social. Tomam parte numa luta em favor da redução de desigualdades sociais que não encontra precedentes nas doutrinas centrais da Fé cristã. Estatutos e Regimentos de segmentos socialistas/comunistas tradicionais ou contemporâneos tem sido o amparo legal para regular os seus afazeres, inclusive até para a (re)interpretação da Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, no afã de darem à “justiça social” o status de “justiça divina”.
Mas é preciso corrigir tal equívoco! É preciso levar luz à consciência daqueles que hesitam na cautela! Até mesmo à daqueles que são levados por todo vento de doutrina! É preciso exortar as ovelhas que se encontram no redil, para que estas não se iludam com essas ideologias do Hades! Jesus não era socialista! Jesus não realizava "obras sociais"! A justiça a que Jesus sempre se referia não era a justiça social, não era a justiça dos homens! Jesus não veio para atender às necessidades humanas, essencialmente! Não veio para reduzir as desigualdades sociais, menos ainda para, "através da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuir a distância entre ricos e pobres". E o Cristianismo? Ora, o Cristianismo não é monárquico! Não é republicano! Não é parlamentarista nem presidencialista! Não é anarquista, nem democrático, muito menos totalitarista! Não é capitalista; menos ainda socialista ou comunista!!! O Cristianismo não pode ser nenhuma dessas doutrinas, pois ele não se constitui de nenhuma das formas, sistemas ou regimes de governo humanos! Ele não é um modo estatal de governar uma sociedade, um povo, um grupo étnico ou uma pessoa. O Cristianismo, com dito sobre Jesus, também não “se caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres”. Não! O Cristianismo é essencialmente um modo de viver em Novidade de Vida, e este, segundo os parâmetros e princípios estabelecidos por quem lhe deu origem, Jesus Cristo! Nele (em Cristo) virtude tem “o ser uma nova criatura” (Gálatas 6.15). Cristianismo é um modo de viver que está acima de quaisquer das maneiras humanas de organização das pessoas em sociedade, ou de distribuição de riquezas e propriedades.
Assim, no Cristianismo a justiça social (ou o combate às desigualdades sociais) não é a razão da existência humana – o homem existe para servir a Deus e ao seu eterno propósito –, muito menos a mensagem principal das boas novas – somente a Justificação pela Fé em Cristo o é, por meio do reconhecimento da condição de pecador não redimido e do consequente arrependimento dos pecados. Cristianismo é viver em Novidade de Vida; uma vida nova estritamente conforme os valores, as regras, os princípios daquele que o apresentou à humanidade, Jesus Cristo! Por esta razão, essencialmente ou se é SOCIALISTA ou se é CRISTÃO! É antagônico guardar essas duas convicções em um só coração!
Por Sócrates de Souza.
              PENSE NISTO!

*Em seu conceito mais remoto, Socialismo é “uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres.” “Noël Babeuf foi o primeiro pensador que apresentou propostas socialistas sem fundamentação teológica e utópica como alternativa política. (...) Karl Marx, um dos principais filósofos do movimento, afirmava que o socialismo seria alcançado a partir de uma reforma social, com luta de classes e revolução do proletariado, pois no sistema socialista não deveria haver classes sociais nem propriedade privada. (...) Na teoria marxista, o socialismo representava a fase intermediária entre o fim do capitalismo e a implantação do comunismo.” (http://www.significados.com.br/socialismo/).