No dia vinte e
três de fevereiro de 2011, a FOLHA DE PERNAMBUCO, na seção Política, p.04,
noticiou um fato ocorrido na Assembleia Legislativa de nosso estado. Fato este
que diz respeito a apresentação de um requerimento para a criação de uma frente
parlamentar em defesa de direitos pleiteados e evocados pelos líderes (e
simpatizantes) do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).
De autoria do
deputado estadual Daniel Coelho (PV), o requerimento considera os ‘direitos’
homossexuais ferrenhamente defendidos por esse movimento, acima de questões
outras cuja relevância exige realmente a formação de uma frente parlamentar,
que somente deve ser formada, é sabido, quando o assunto a ser tratado tem
certo grau de proeminência. Outros podem – e devem – ser vistos por comissões,
a exemplo, a de Direitos Humanos.
Curiosamente,
no dia seguinte, outro jornal, desta feita o DIÁRIO DE PERNAMBUCO, publicou, em
primeira página, uma notícia que, sem dúvida, ofende e banaliza o
posicionamento dos (deputados) evangélicos a respeito do tema, em geral e
específico, quando apresenta a seguinte função referencial: “REAÇÃO EVANGÉLICA
AOS DIRETOS GAYS”. Mas isto não é
novidade, e também não surpreende, pois é sempre assim, cada um que vem com sua
“pedra” para atirar na liberdade religiosa há muito consubstanciada e
consolidada no ordenamento jurídico interno e internacional (CRFB/88 e DUDH);
liberdade esta da qual adveio à maioria das demais liberdades estabelecidas em
um estado Democrático de Direito. É bom os pseudo-críticos lerem mais
acuradamente a respeito.
Pois bem, no teor da notícia se apresenta a
discussão que motivou a escrita deste artigo. Precisamente a notícia do primeiro
jornal que a veiculou.
De acordo com
o texto, em meio às legítimas oposições ao referido relatório e contraposições
dos seus defensores, “o democrata Tony Gel engrossou o coro, lembrando que
Cristo disse ‘vinde a mim do jeito que estás’”. Ora, que absurdo! Qualquer
discente que curse o ensino fundamental e leia periodicamente, ainda que de
modo superficial, as Sagradas Escrituras, vai, de pronto, perceber a ausência –
e inverdade – de tal afirmação. Jesus
Cristo NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM declarou tal coisa!!! Vossa excelência o
parlamentar deveria era lembrar sim, do que o Mestre da Galileia disse a
respeito dos seus críticos interlocutores e falsos seguidores: “errais não
conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mateus 22.29). Leia a Bíblia,
diariamente, ela é uma fonte inesgotável de sabedoria, bem como fonte
inesgotável do verdadeiro conhecimento sobre Deus!
Sendo assim,
gostaríamos de solicitar humildemente ao leitor que prossiga na leitura deste
artigo antes de se antecipar nas conclusões, pois, diante da tamanha
variabilidade e riqueza de contraposição, lhe será apresentada, a partir de
então, apenas uma ao fato ora abordado, e esta fundamentada em significados essenciais e indispensáveis
para a correta compreensão do posicionamento genuinamente cristão a respeito da
temática homossexualidade. Senão vejamos:
Todo
seguimento religioso é acompanhado de um código, uma norma de conduta que estabelece
quais os comportamentos que deve ter (ou que dele se espera) aquele indivíduo
que decide se tornar membro desse agrupamento social. Com o cristianismo não é
diferente, e este tem como regra de
fé e prática a Bíblia Sagrada. Por ela, e somente só, deve-se pautar a
vida de quem se declara cristão. Ao menos se espera, é o princípio. Nela,
dentre outros, há um belo texto em que lemos “Ide, fazei discípulos...”. Esta
foi a última ordenança de Jesus aos primeiros seguidores separados para a
propagação de seu Evangelho, no período de convivência que passou entre eles
após a sua ressurreição, conforme descreve Mateus, no verso dezenove do capítulo
vinte e oito de seu livro.
“Fazei
discípulos” pressupõe uma ordem, pois o verbo encontra-se no modo imperativo
afirmativo; imperativo este que implica em ato
permanente e contínuo, isto é, duradouro e continuado, respectivamente,
significando fazei hoje, amanhã e sempre; este é o mandamento. “Fazei
discípulos” implica ação que se reproduz, pois por discípulo se permite o
significado “seguidor que imita”,
“aprendiz que reproduz” (o
comportamento do seu mestre). E tem mais, fora da Bíblia, mais precisamente na Grécia antiga, principalmente nos
dias do grande filósofo Sócrates, o estilo de vida do mestre era gerado,
repetido, produzido novamente no seu discípulo; e este copiava a altura,
imitava fielmente a maneira e o caráter particular de vida do seu senhor.
Isto é que é ‘fazer discípulo’!
Sendo assim,
não há outra verdade, então, senão a afirmação de que nenhum indivíduo devoto a uma causa, pessoa ou mesmo ideologia, cujo
comportamento não seja uma imitação coerente e coesiva daquilo, de quem ou do
que ele segue, respectivamente, pode – e nem deve – ser chamado de discípulo.
Esclarecida,
portanto, as colocações e afirmações absurdas e infundadas que se fizeram
presentes quando do questionamento contrário ao requerimento para a criação de
uma frente parlamentar em defesa de ‘direitos’ pleiteados e evocados pelo
movimento LGBT, bem como esclarecida a problemática em torno da errada compreensão do posicionamento
genuinamente cristão a respeito da homossexualidade, resta claro que qualquer pessoa cujo ‘modus vivendi’ não
seja, por consequência, uma réplica fiel do modo de viver de Cristo, que não
seja uma reprodução proba do estilo de vida do Filho de Deus, não pode, não é,
e não deve ser chamada de seu seguidor, por conseguinte de cristão, pois o
termo ‘cristão’ tem sua sematologia em ‘pequenos cristos’!
Por Sócrates
de Souza.
PENSE NISTO!