Depois de variadas interlocuções,
de algumas excelentes leituras, e de perseguir uma exegese sadia de textos
bíblicos, com destaque para o que trata da POSTURA INABALÁVEL e INEGOCIÁVEL do também
político governante Daniel, estou tristemente
convencido de que uma expressiva maioria de “cidadãos dos céus”, incluindo alguns
líderes com esta cidadania, decide, como “cidadãos da terra”, escolher seus
representantes políticos-governamentais por pura CONVENIÊNCIA e não pela CONVICÇÃO
ideológica que os orienta [ao menos que deveria orientar]. Como assim, Daniel?
Daniel, aquele jovem hebreu
nascido de uma família judaica de alto nível, instruído em toda a sabedoria,
douto em ciência, versado no conhecimento, e exilado na Babilônia no fim de sua
adolescência (com 18 anos de idade foi levado preso), e que, por vontade
soberana de Deus, logo se tornou oficial,
estadista, consultor governamental, primeiro ministro de Israel no governo do
Império Babilônico comandado pelo rei Nabucodonosor [funções de
responsabilidade política nas quais esteve ele durante os 70 anos de domínio da
nação]. Lembra-se dele? Pois bem, para aclarar o nosso entendimento,
recordemos alguns aspectos do contexto histórico no qual esse jovem hebreu
vivia. Daniel se encontrava em um
contexto pátrio-social de desonestidade, injustiça com os pobres, desigualdades
sociais, homicídios, transgressão e opressão religiosa, perseguição aos
verdadeiros profetas, manifestação de favores (uma modalidade de
corrupção), tanto originária dos profetas que prometiam prosperidade sem
condenar simultaneamente o pecado, como da sociedade babilônica em geral, e ainda, de adoração a Baal (divindade
pagã), que envolvia uma série de
“preferências sexuais” (sexo antes e fora do casamento, homossexualismo e
seus derivados e a bestialidade). E para
piorar, “Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa
real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao
cabo dos quais assistiriam diante do rei” (Dn 1.5).
Ora, Daniel sabia que “a maior
parte daquela comida era oferecida aos ídolos de Babilônia”, que “o ato de
comê-la constituía uma espécie de comunhão com os falsos deuses (Ex 34.15; 1Co
8.7; 10.14-22)”, e que ingeri-la significava “oferecer homenagens aos deuses de
Babilônia”. Assim, “participar dos
alimentos do rei significava estar ao lado do paganismo e desonrar os
princípios da lei de Deus”. Por esta razão que ele, obediente ao seu Deus e
confiante na soberania que lhe é peculiar ao caráter, decidiu não declinar dos princípios e valores que orientavam o seu modo
de viver e formavam as suas convicções! Mesmo que lhe fosse oportuno fazer
escolhas estrategicamente, com o fim de remover o governo imoral que na ocasião
era situação, e oprimia o seu povo, ele decidiu por não menosprezar os
fundamentos que pautavam as suas convicções [Aleluia! Como precisamos
aprender mais com esse jovem!]. Se nós pregamos e cremos que Deus é soberano sobre a
história e, portanto, pode de si mesmo colocar abaixo governos e governantes sem que afinal tenhamos que abdicar da
fidelidade irrestrita aos princípios e valores bíblicos que orientam o modo de
viver e as convicções cristãs, a pretexto de uma solução simplesmente
estrategista para remover este ou aquele governo instrumentalista das mais
variadas formas de corrupção, por que então abdicamos tão facilmente? Porque nós não decidimos ser inegociavelmente
fiéis à ortodoxia que pregamos sobre o “quer comais, quer bebais ou façais
outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”? (1Co 10.31).
Onde há, então, congruência na afirmação de que
“não queremos este governo porque é biblicamente corrupto-imoral”, se, ao mesmo tempo, apostamos todas as
fichas naquele candidato que declaradamente também publica seu compromisso
irrestrito com aquelas causas e anseios tão biblicamente corrupto-imorais, de
cunho ativista (abortistas, homossexualistas, transexualistas e outros
“istas” semelhantes), que condenamos no dia
a dia, motivados pelos princípios e valores nos quais se fundamentam o nosso
credo?! Depois das eleições não proclamem que é preciso resgatar a
ortodoxia e ortopraxia bíblicas! Sejam coerentes ao menos nisto, pois Ortopraxia Que Deliberadamente Se Contradiz
É Sinônimo De Ortodoxia Que Inegavelmente Não Convence! PENSE NISTO!
Como assim, Daniel, ORTODOXO,
SIM, mas ORTOPRAXO NÃO?!
Maranata!!!
Por Sócrates de Souza.
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